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quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

A CONFIANÇA QUE LESA A HONRA

Por Joyce Sombra

Permitir-se ser fotografadas em situações íntimas e comprometedoras está se tornando prática frequente para as adolescentes e mulheres, principais alvos da pornografia de revanche. Aquiescência entre partes nesse tipo de relação pode causar um dano irreparável para a vida delas, pois fotos e vídeos são compartilhados na velocidade da luz e em segundos, milhares de pessoas têm acesso a elas, e somente basta vir uma só vez para criar juízo de valor negativo acerca das adolescentes ou mulheres em questão.
Termos de baixo calão, pejorativos, ilícitos para se fazer referência à mulher ou adolescentes, que pratica sexo, ato que acontece desde os primórdios da humanidade. Imprescindível lembrar que, na maioria das vezes, o mercado consumidor de pornografia é comprado por aqueles que “apontam o dedo” e xingam as vítimas desse tipo de lesão, sem se incomodar com a integridade moral das agentes passivas que passaram a ser um “viral” na mídia social tendo sua própria imagem e honra lesadas.
De outra banda, a Constituição da República Federativa garante aos indivíduos a inviolabilidade dos Direitos da Personalidade, este introduzido no ordenamento jurídico por meio dos Direitos de 1ª geração, os chamados direitos individuais, direito á vida, á liberdade, á segurança, á privacidade entre outros, todos previstos no artigo 5º da Carta Maior, Conforme demonstra o referido artigo, inciso X que:


“Art. 5º X – são invioláveis á intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”.


Malgrado às normas constitucionais garantidoras de direitos, os agentes que praticam esse tipo de conduta expondo fotos ou vídeos íntimos na internet de suas parceiras, se revestem de vendas nos olhos e ignoram o direito. Confiar não basta, expor a intimidade para os parceiros é algo que vai além da confiança, pois é a imagem, muitas vezes a honra e reputação da pessoa que está sendo expostas, o que pode vir a lesar muito a vítima. 
A sociedade não compreende que as vítimas praticam algo comum, pois se aquilo que for praticado ficar “entre quatro paredes” que é normal entre um casal, todavia, se esse algo comum for exposto, a mulher será banida da sociedade, “moral” imposta. E seus algozes tratarão de exclui-la como se fosse um vírus capaz de destruir todo um planeta.
Contudo, só a responsabilidade civil para coibir esse tipo de conduta não basta, é necessário algo a mais, e como o ordenamento jurídico pátrio prevê a privação de liberdade como sanção maior a uma conduta contrária as leis, são imprescindíveis que esse tipo de conduta praticado pelo agente (autor da ação) seja punido com sua liberdade. Para o jubilo de muitos, e apesar dessa conduta ser algo novo na sociedade e principalmente no ordenamento jurídico já existe projeto de lei para punir o agente. Projeto este apresentado pelo Deputado Romário no qual esclarece algo importante e bastante notório: “Nossa sociedade julga as mulheres como se o sexo denegrisse a honra”.
O sexo não denigre a honra, o que denigre são os juízos de admissibilidade negativo acerca da pessoa que está sendo exposta. Sem mais delongas o que se espera que o referido projeto 6639/2013 criado pelo deputado Romário progrida e tenha rápida aplicabilidade juntamente com efetividade para punir de forma adequada os autores da pornografia de revanche.




terça-feira, 17 de dezembro de 2013

TIPOLOGIA TEXTUAL E GÊNEROS TEXTUAIS



1.    NARRAÇÃO

Modalidade em que se conta um fato, fictício ou não, que ocorreu num determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Refere-se a objetos do mundo real. Há uma relação de anterioridade e posterioridade. O tempo verbal predominante é o passado. Estamos cercados de narrações desde as que nos contam histórias infantis até às piadas do cotidiano. É o tipo predominante nos gêneros: conto, fábula, crônica, romance, novela, depoimento, piada, relato, etc.

2.    DESCRIÇÃO

Um texto em que se faz um retrato por escrito de um lugar, uma pessoa, um animal ou um objeto. A classe de palavras mais utilizada nessa produção é o adjetivo, pela sua função caracterizadora. Numa abordagem mais abstrata, pode-se até descrever sensações ou sentimentos. Não há relação de anterioridade e posterioridade. Significa "criar" com palavras a imagem do objeto descrito. É fazer uma descrição minuciosa do objeto ou da personagem a que o texto se Pega. É um tipo textual que se agrega facilmente aos outros tipos em diversos gêneros textuais. Tem predominância em gêneros como: cardápio, folheto turístico, anúncio classificado, etc.

3.    DISSERTAÇÃO

Dissertar é o mesmo que desenvolver ou explicar um assunto, discorrer sobre ele. Dependendo do objetivo do autor, pode ter caráter expositivo ou argumentativo.

3.1           Dissertação-Exposição

Apresenta um saber já construído e legitimado, ou um saber teórico. Apresenta informações sobre assuntos, expõe, reflete, explica e avalia ideias de modo objetivo. O texto expositivo apenas expõe ideias sobre um determinado assunto. A intenção é informar, esclarecer.  Ex.: aula, resumo, textos científicos, enciclopédia, textos expositivos de revistas e jornais,  etc.

3.2.  Dissertação-Argumentação

Um texto dissertativo-argumentativo faz a defesa de ideias ou um ponto de vista do autor. O texto, além de explicar, também persuade o interlocutor, objetivando convencê-lo de algo. Caracteriza-se pela progressão lógica de ideias. Geralmente utiliza linguagem denotativa. É tipo predominante em: sermão, ensaio, monografia, dissertação, tese, ensaio, manifesto, crítica, editorial de jornais e revistas.


4. DIALOGAL / CONVERSACIONAL

Caracteriza-se pelo diálogo entre os interlocutores. É o tipo predominante nos gêneros: entrevista, conversa telefônica, chat, etc.

4.    INJUNÇÃO/INSTRUCIONAL

Indica como realizar uma ação. Utiliza linguagem objetiva e simples. Os verbos são, na sua maioria, empregados no modo imperativo, porém nota-se também o uso do infinitivo e o uso do futuro do presente do modo indicativo. Ex.: ordens; pedidos; súplica; desejo; manuais e instruções para montagem ou uso de aparelhos e instrumentos; textos com regras de comportamento; textos de orientação (ex.: recomendações de trânsito); receitas, cartões com votos e desejos (de natal, aniversário, etc.).

5.    PREDIÇÃO


Caracterizado por predizer algo ou levar o interlocutor a crer em alguma coisa, a qual ainda estar por ocorrer. É o tipo predominante nos gêneros: previsões astrológicas, previsões meteorológicas, previsões escatológicas/apocalípticas.



 GÊNEROS TEXTUAIS


Os Gêneros textuais são as estruturas com que se compõem os textos, sejam eles orais ou escritos. Essas estruturas são socialmente reconhecidas, pois se mantêm sempre muito parecidas, com características comuns, procuram atingir intenções comunicativas semelhantes e ocorrem em situações específicas. Pode-se dizer que se tratam das variadas formas de linguagem que circulam em nossa sociedade, sejam eles formais ou informais. Cada gênero textual tem seu estilo próprio, podendo então, ser identificado e diferenciado dos demais através de suas características. Exemplos:


CARTA: quando se trata de "carta aberta" ou "carta ao leitor", tende a ser do tipo dissertativo-argumentativo com uma linguagem formal, em que se escreve à sociedade ou a leitores. Quando se trata de "carta pessoal", a presença de aspectos narrativos ou descritivos e uma linguagem pessoal é mais comum.

PROPAGANDA: é um gênero textual dissertativo-expositivo onde há a o intuito de propagar informações sobre algo, buscando sempre atingir e influenciar o leitor apresentando, na maioria das vezes, mensagens que despertam as emoções e a sensibilidade do mesmo.

BULA DE REMÉDIO: é um gênero textual descritivo, dissertativo-expositivo e injuntivo que tem por obrigação fornecer as informações necessárias para o correto uso do medicamento.

RECEITA: é um gênero textual descritivo e injuntivo que tem por objetivo informar a fórmula para preparar tal comida, descrevendo os ingredientes e o preparo destes, além disso, com verbos no imperativo, dado o sentido de ordem, para que o leitor siga corretamente as instruções.

TUTORIAL: é um gênero injuntivo que consiste num guia que tem por finalidade explicar ao leitor, passo a passo e de maneira simplificada, como fazer algo.

EDITORIAL: é um gênero textual dissertativo-argumentativo que expressa o posicionamento da empresa sobre determinado assunto, sem a obrigação da presença da objetividade.

NOTÍCIA: podemos perfeitamente identificar características narrativas, o fato ocorrido que se deu em um determinado momento e em um determinado lugar, envolvendo determinadas personagens. Características do lugar, bem como dos personagens envolvidos são, muitas vezes, minuciosamente descritos.

REPORTAGEM: é um gênero textual jornalístico de caráter dissertativo-expositivo. A reportagem tem, por objetivo, informar e levar os fatos ao leitor de uma maneira clara, com linguagem direta.

ENTREVISTA: é um gênero textual fundamentalmente dialogal, representado pela conversação de duas ou mais pessoas, o entrevistador e o(s) entrevistado(s), para obter informações sobre ou do entrevistado, ou de algum outro assunto. Geralmente envolve também aspectos dissertativo-expositivos, especialmente quando se trata de entrevista a imprensa ou entrevista jornalística. Mas pode também envolver aspectos narrativos, como na entrevista de emprego, ou aspectos descritivos, como na entrevista médica.  

HISTÓRIA EM QUADRINHOS: é um gênero narrativo que consiste em enredos contados em pequenos quadros através de diálogos diretos entre seus personagens, gerando uma espécie de conversação.

CHARGE: é um gênero textual narrativo onde se faz uma espécie de ilustração cômica, através de caricaturas, com o objetivo de realizar uma sátira, crítica ou comentário sobre algum acontecimento atual, em sua grande maioria.

POEMA: trabalho elaborado e estruturado em versos. Além dos versos, pode ser estruturado em estrofes. Rimas e métrica também podem fazer parte de sua composição. Pode ou não ser poético. Dependendo de sua estrutura, pode receber classificações específicas, como haicai, soneto, epopeia, poema figurado, dramático, etc. Em geral, a presença de aspectos narrativos e descritivos são mais frequentes neste gênero.

POESIA: é o conteúdo capaz de transmitir emoções por meio de uma linguagem , ou seja, tudo o que toca e comove pode ser considerado como poético (até mesmo uma peça ou um filme podem ser assim considerados). Um subgênero é a prosa poética, marcada pela tipologia dialogal.



GÊNEROS LITERÁRIOS:

GÊNERO NARRATIVO: Na Antiguidade Clássica, os padrões literários reconhecidos eram apenas o épico, o lírico e o dramático. Com o passar dos anos, o gênero épico passou a ser considerado apenas uma variante do gênero literário narrativo, devido ao surgimento de concepções de prosa com características diferentes: o romance, a novela, o conto, a crônica, a fábula. Porém, praticamente todas as obras narrativas possuem elementos estruturais e estilísticos em comum e devem responder a questionamentos, como: quem? o que? quando? onde? por quê? Vejamos a seguir:

ÉPICO (OU EPOPEIA): os textos épicos são geralmente longos e narram histórias de um povo ou de uma nação, envolvem aventuras, guerras, viagens, gestos heroicos, etc. Normalmente apresentam um tom de exaltação, isto é, de valorização de seus heróis e seus feitos. Dois exemplos são Os Lusíadas, de Luís de Camões, e Odisséia, de Homero.

ROMANCE: é um texto completo, com tempo, espaço e personagens bem definidos e de caráter mais  verossímil.  Também conta as façanhas de um herói, mas principalmente uma história de amor vivida por ele e uma mulher, muitas vezes, “proibida” para ele. Apesar dos obstáculos que o separam, o casal vive sua paixão proibida, física, adúltera, pecaminosa e, por isso, costuma ser punido no final. É o tipo de narrativa mais comum na Idade Média. Ex.: Tristão e Isolda.

NOVELA: é um texto caracterizado por ser intermediário entre a longevidade do romance e a brevidade do conto. Como exemplos de novelas, podem ser citadas as obras O Alienista, de Machado de Assis, e A Metamorfose, de Kafka.

CONTO: é um texto narrativo breve, e de ficção, geralmente em prosa, que conta situações rotineiras, anedotas e até folclores. Inicialmente, fazia parte da literatura oral. Boccacio foi o primeiro a reproduzi-lo de forma escrita com a publicação de Decamerão. Diversos tipos do gênero textual conto surgiram na tipologia textual narrativa: conto de fadas, que envolve personagens do mundo da fantasia; contos de aventura, que envolvem personagens em um contexto mais próximo da realidade; contos folclóricos (conto popular); contos de terror ou assombração, que se desenrolam em um contexto sombrio e objetivam causar medo no expectador; contos de mistério, que envolvem o suspense e a solução de um mistério. 

FÁBULA: é um texto de caráter fantástico que busca ser inverossímil. As personagens principais são não humanos e a finalidade é transmitir alguma lição de moral.

CRÔNICA: é uma narrativa informal, breve, ligada à vida cotidiana, com linguagem coloquial. Pode ter um tom humorístico ou um toque de crítica indireta, especialmente, quando aparece em seção ou artigo de jornal, revistas e programas da TV..

CRÔNICA NARRATIVO-DESCRITIVA: Apresenta alternância entre os momentos narrativos e manifestos descritivos.

ENSAIO: é um texto literário breve, situado entre o poético e o didático, expondo ideias, críticas e reflexões morais e filosóficas a respeito de certo tema. É menos formal e mais flexível que o tratado. Consiste também na defesa de um ponto de vista pessoal e subjetivo sobre um tema (humanístico, filosófico, político, social, cultural, moral, comportamental, etc.), sem que se paute em formalidades como documentos ou provas empíricas ou dedutivas de caráter científico. Exemplo: Ensaio sobre a cegueira, de José Saramago e Ensaio  sobre a tolerância, de John Locke.

GÊNERO DRAMÁTICO: Trata-se do texto escrito para ser encenado no teatro. Nesse tipo de texto, não há um narrador contando a história. Ela “acontece” no palco, ou seja, é representada por atores, que assumem os papéis das personagens nas cenas.

TRAGÉDIA: é a representação de um fato trágico, suscetível de provocar compaixão e terror. Aristóteles afirmava que a tragédia era "uma representação duma ação grave, de alguma extensão e completa, em linguagem figurada, com atores agindo, não narrando, inspirando dó e terror". Ex.: Romeu e Julieta, de Shakespeare.

FARSA: é uma pequena peça teatral, de caráter ridículo e caricatural, que critica a sociedade e seus costumes; baseia-se no lema latino ridendo castigat mores (rindo, castigam-se os costumes). A farsa consiste no exagero do cômico, graças ao emprego de processos grosseiros, como o absurdo, as incongruências, os equívocos, os enganos, a caricatura, o humor primário, as situações ridículas.

COMÉDIA: é a representação de um fato inspirado na vida e no sentimento comum, de riso fácil. Sua origem grega está ligada às festas populares.

TRAGICOMÉDIA: modalidade em que se misturam elementos trágicos e cômicos. Originalmente, significava a mistura do real com o imaginário.

POESIA DE CORDEL: texto tipicamente brasileiro em que se retrata, com forte apelo linguístico e cultural nordestinos, fatos diversos da sociedade e da realidade vivida por este povo.

GÊNERO LÍRICO: É certo tipo de texto no qual um eu lírico (a voz que fala no poema e que nem sempre corresponde à do autor) exprime suas emoções, ideias e impressões em face do mundo exterior. Normalmente os pronomes e os verbos estão em 1ª pessoa e há o predomínio da função emotiva da linguagem.

ELEGIA: é um texto de exaltação à morte de alguém, sendo que a morte é elevada como o ponto máximo do texto. O emissor expressa tristeza, saudade, ciúme, decepção, desejo de morte. É um poema melancólico. Um bom exemplo é a peça Roan e yufa, de william shakespeare.

EPITALÂMIA: é um texto relativo às noites nupciais líricas, ou seja, noites românticas com poemas e cantigas. Um bom exemplo de epitalâmia é a peça Romeu e Julieta nas noites nupciais.

ODE (OU HINO): é o poema lírico em que o emissor faz uma homenagem à pátria (e aos seus símbolos), às divindades, à mulher amada, ou a alguém ou algo importante para ele. O hino é uma ode com acompanhamento musical;

IDÍLIO (OU ÉCLOGA): é o poema lírico em que o emissor expressa uma homenagem à natureza, às belezas e às riquezas que ela dá ao homem. É o poema bucólico, ou seja, que expressa o desejo de desfrutar de tais belezas e riquezas ao lado da amada (pastora), que enriquece ainda mais a paisagem, espaço ideal para a paixão. A écloga é um idílio com diálogos (muito rara);

SÁTIRA: é o poema lírico em que o emissor faz uma crítica a alguém ou a algo, em tom sério ou irônico.

ACALANTO: ou canção de ninar;

ACRÓSTICO: (akros = extremidade; stikos = linha), composição lírica na qual as letras iniciais de cada verso formam uma palavra ou frase;

BALADA: uma das mais primitivas manifestações poéticas são cantigas de amigo (elegias) com ritmo característico e refrão vocal que se destinam à dança;

CANÇÃO (OU CANTIGA, TROVA): poema oral com acompanhamento musical;

GAZAL (OU GAZEL): poesia amorosa dos persas e árabes; odes do oriente médio;

HAICAI: expressão japonesa que significa “versos cômicos” (=sátira). E o poema japonês formado de três versos que somam 17 sílabas assim distribuídas: 1° verso= 5 sílabas; 2° verso = 7 sílabas; 3° verso 5 sílabas;

SONETO: é um texto em poesia com 14 versos, dividido em dois quartetos e dois tercetos, com rima geralmente em a-ba-b a-b-b-a c-d-c d-c-d.

VILANCETE: são as cantigas de autoria dos poetas vilões (cantigas de escárnio e de maldizer); satíricas, portanto.




segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

QUAL É O SEU VALOR?


 Por que você é especial!

Um famoso palestrante começou um seminário segurando uma nota de 50 reais. Numa sala com 200 pessoas, ele perguntou: “Quem quer esta nota de 50 reais?”
Mãos começaram a se levantar. Ele disse: “Eu darei esta nota de 50 reais a um de vocês, mas primeiro deixe-me fazer isso!” Ele amassou a nota. Então perguntou: “Quem ainda quer esta nota?” Mãos ainda continuaram levantadas. “Meus amigos, vocês todos devem aprender uma valiosa lição”. Não importa o que eu faça com a nota, vocês vão querê-la, porque não perde o valor, ela ainda vale 50 reais.
Muitas vezes em nossas vidas, somos amassados, pisados, e ficamos imundos por decisões que fizemos ou pelas circunstâncias que vem em nosso caminho.
Nós sentimos, às vezes sem valor, sem importância, mas não importa o que acontece ou o que acontecerá, nunca vamos perder nosso valor aos olhos de Deus. Para Ele, sujo ou limpo, amassado ou finalmente ajeitado, ainda assim, seremos valioso para Ele. Deus ama você, mesmo que você não o mereça, já que você também é um pecador que para Deus ainda não está perdido.
Entregue sua vida a Jesus Cristo confessando o seu pecado diante Dele e pedindo perdão.



Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deus o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. (João 3:16)

Texto oriundo de panfleto religioso

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

LOBOS NO PODER

Por Joyce Sombra


Precisa de políticos demófilos, de eleitores conscientes, de um estado límpido.

Carente?

Sim. Carente da verdade, da solidariedade humana. Sem demagogia, que haja mais compromisso e respeito para com aqueles que os elegeram. Que façam positivamente o Estado “deslanchar”, sair da zona de expectativa para zona de efetivação de políticas públicas condizentes com a realidade da nação.
Precisa de menos hipocrisia no poder, mais celeridade no fazer. Dizer  que o Estado progride e viver em palácios e palacetes com o requinte e ostentação que uso indevido do dinheiro público oferece é demasiadamente complacente. Progresso para aqueles que labutam da aurora ao crepúsculo é utopia. Estes são reconhecidos por um preço e, não um valor. Preço, este bem ínfimo, a dignidade é banida, os direitos são violados pelos os astutos que os representam no poder.
Direitos estabelecidos no esteio maior do Estado são violados. Lobos sempre em busca de dinheiro público, de vidas suntuosas e dignidade humana, se mascaram de cordeiros em períodos eleitorais para posteriormente atacar suas vítimas, o povo.


ROJÃO NO CÉU



Atravesso a Marques da Silva
como de costume depois paro pra um café.
as buzinas ferozes da segunda-feira,
o som tumultuado das pessoas
me tiraram da cama mais cedo.
Mas quando eu era criança
havia outro modo que despertava o dia:
minha mãe ligando o rádio
o grito do chocalho e a voz de Zé do Rojão
‘acorda minha gente’ e recitava Zé da Luz:
“três muié, três irimã, três cachorra da mulesta
eu vi num dia de festa, num lugar Puxinanã...”
Meu pai cutucando o meu dedão do pé:
tá na hora de levantar, mocinha
pra não perder a escola.
Meus pais se foram, o rádio aquietou-se de velho.
Eu e um poema de Zé da Luz ficamos atônitos
no meio da praça
quando ouvimos o barulho do Rojão subindo ao céu.


Marta Eugênia

ACHADOS E PERDIDOS


achei na sombra um novo escuro
pra perguntar a duração das pálpebras
para dentro.
E essa luz me oferece uma vontade
que prescreve a antecedência:
Um rabo de olho cutucando uma coragem.
Por um instante compreendo aquilo
que não há como se dizer.
Mas agora lembro que se foi
e não há nada pra chorar.



Marta Eugênia

sábado, 7 de dezembro de 2013

A CRIADA



Escuta este gole de cerveja
e engole comigo, no fundo,
a tua astúcia, teu modo sorrateiro
de evitar placas de incêndio.
Escuta o gole dos surdos trovões,
tiros e culatra...
tiros, ecos lá atrás...
sente o som do gole
desse amor desmesurado
e que nasceu por aí...
de alguma fala confortável de tua parte.
De algum espírito que ronda o corpo.
De ideia criada.
Mas criada não tão criada quando criada.

Marta Eugênia

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

QUALIFICAÇÃO DE PROFESSORES É O QUE FAZ A DIFERENÇA NO ENSINO DA FINLÂNDIA



País é referência mundial em educação. Representante do ministério da Educação local participou de cúpula no Qatar


A Finlândia não é o país mais conhecido de todos, mas quando se trata de educação, é a melhor e maior referência mundial. A qualidade de ensino finlandês está, em grande parte, relacionada à qualificação dos educadores, que são selecionados entre os melhores alunos e que passam por uma formação profunda. Se os professores da Finlândia são tão bons, será que a solução para a educação mundial seria se eles ensinassem em outros países?
Motivado por esta pergunta, Pasi Sahlberg, diretor geral do Centro para Mobilidade e Cooperação Internacional do Ministério da Educação da Finlândia, palestrou durante o maior evento de educação do mundo no Qatar, o World Inovation Summit for Education (Wise). Em 2013, a programação da cúpuladurou de terça (29/10) a quinta (31/10), em Doha, a capital do país do Oriente Médio.
A diferença dos professores finlandeses já começa na seleção. “Separamos os melhores dos bons”, esclarece Pasi. Para explicar as exigências para se tornar professor em sua terra natal, o diretor citou o exemplo de sua sobrinha, Veera, uma estudante que se formou no ensino médio recentemente com ótimas notas e que poderia optar por cursar medicina, direito, administração ou qualquer outro curso. A jovem decidiu ser professora de alunos do primário e foi aprovada em duas fases do processo seletivo, que equivaleria ao vestibular brasileiro: prova teórica e prova prática, onde teve de programar atividades para alunos de quarta série.
Na terceira etapa, a entrevista, Veera não foi aceita. “Minha sobrinha disse aos entrevistadores que queria ser professora porque várias pessoas da família dela eram professores e porque ela amava crianças. Formamos os melhores educadores desde o momento da seleção”, contou Pasi.
Depois de um ano de trabalho voluntário como monitora numa escola de ensino fundamental, Veera tinha melhores motivações para contar, foi aprovada e, atualmente, está na faculdade. Nesta seleção, por exemplo, a jovem foi uma das 750 aprovadas entre 8,5 mil candidatos. Apesar do nível dos educadores da Finlândia ser muito alto, Pasi acredita que não é apenas isto que faz a diferença.
“Os professores são importantes, mas não depende apenas deles. É como num time de futebol. Às vezes, uma equipe não tem muitos craques, mas eles trabalham tão bem em conjunto que ganham muitos campeonatos. Do mesmo modo, há times com os melhores jogadores do mundo, mas, como a atuação do grupo não é boa, não vencem muito”, exemplifica.
De acordo com o finlandês, não é necessário que um país tenha os melhores professores do mundo e nem a melhor estrutura para ter um bom desenvolvimentos educacional. “É preciso ter uma filosofia de trabalho em grupo, sem competições para não infectar a colaboração, e uma ótima liderança. Trabalhando assim, professores que nem são os melhores podem fazer milagres”, prevê Pasi. De acordo com Pasi, as escolas podem ser comparadas em mais um aspecto a times esportivos: “Quando um jogador vai mal, não colabora e atrapalha o time, acaba sendo expulso. Trabalhar em sala de aula é difícil, mas também não podemos tolerar os maus professores nos sistemas de educação pelo bem das nossas crianças e adolescentes”.

Brasil X Finlândia

Em 2013, a Finlândia lidera o ranking do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) entre 40 países. Na mesma lista, o Brasil aparece como penúltimo colocado. Para ensinar alunos do primário na Finlândia, é preciso fazer faculdade e mestrado. O tempo de estudo varia entre 5 e 6 anos, num sistema de estudo rígido e cheio de atividades. Os cursos de pedagogia finlandeses são extremamente concorridos e os jovens precisam se esforçar muito para serem aprovados. No país nórdico, o magistério é a escolha da maioria dos estudantes que terminam o ensino médio, de acordo com Pasi Sahlberg.
Enquanto isso, no Brasil, apenas 2% dos jovens escolhe se tornar educador, segundo a Fundação Carlos Chagas (FCC). A cada cem cursos de pedagogia, apenas três são considerados excelentes pelo Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade). A concorrência e a nota de corte não costumam ser altas e a qualificação dos estudantes que se preparam para o magistério está longe da excelência: 30% dos estudantes de pedagogia estão entre os que tiveram as piores notas no ensino médio.



O presente texto não é de minha autoria, consegui-o em reunião de Conselho de Classe, mas como se trata de um texto com informações relevantes no que concerne a nossa educação, resolvi publicar no blog, por isso o autor, caso veja, não se sinta plagiado!


domingo, 1 de dezembro de 2013

LIÇÕES DE UM CONSELHO DE CLASSE

Por Paulo Eduardo de Oliveira

Coisa rotineira na vida da escola, o Conselho de Classe pode correr o risco de ficar na estante das coisas que, “de tanto ver, já não vemos mais”! Mas, de repente a novidade aparece atrás da monotonia própria desse tipo de reunião acadêmica: surgem rostos, vidas, contextos pessoais, histórias de crianças e de famílias, gestos e atitudes de educadores, coisas que despertam o educador que dorme em nós, muitas vezes adormecido pela prevalência do “profissional do ensino”, ocupados com tantos afazeres que a sala de aula exige. Foi numa dessas reuniões de “Conselho de Classe” que percebi alguns acenos pedagógicos que quero aqui partilhar com meus colegas educadores:
1.    A tarefa de educar vai além das “práticas docentes” rotineiras, restritas geralmente às questões didáticas, metodológicas e de conteúdo pragmático, que são, sem dúvida, importantes, mas não são tudo na arte de educar. Para além da “matéria dada”, o educador precisa ser presença, ser pessoa (no sentido mais profundo da palavra) em relação com outras pessoas. O educador precisa ter olhos para ver além da “lição de casa” e, assim, perceber os sinais, as mensagens dos gestos, o conteúdo do silêncio e do olhar de seus alunos.
2.    Os alunos, diante de nós, não são cérebros ambulantes, mas pessoas, com suas histórias de vida, seu contexto familiar, seus traços pessoais, seus anseios e medos, seus sonhos e suas alegrias, suas tristezas e frustrações, suas conquistas e vitórias. Nós, educadores, precisamos aprender a enxergá-los de forma integral: enxerga-los a partir da unidade profunda que há entre suas mentes e seus corações, entre os processos cognitivos e os afetivos, entre o desejo de aprender e o de viver. . .
3.    A escola não deve simplesmente ocupar o lugar dos pais e das famílias. Contudo, ainda que de forma compensatória, a tarefa de educar muitas vezes exige de nós mesmos pais e mães para os alunos que sentem o vazio da presença paterna e materna. Nesse sentido, por vezes, a aula é pretexto para uma relação mais profunda de afetividade, de acolhimento, de presença, de respeito para com os alunos. Eles, muitas vezes, não querem apenas nosso saber, mas nosso amor. . .
4.    Muitos pais também precisam de escola, não da “escola do saber”. Mas da “escola da vida”. Eles precisam aprender a ser pais e mães, a ser educadores, a ser presença para os filhos, a ser exemplos e modelos de vida. Acima de tudo, eles precisam aprender que “de tudo” aos filhos é insignificante diante da necessidade de “dar o melhor” a eles. E o melhor, geralmente, está na simplicidade daquilo que o dinheiro não compra, como a presença, o olhar, o ouvir, o valorizar, o estar junto em silêncio. . .
5.    O educador, consciente de seu papel, pode fazer enorme diferença na vida de uma criança, de um adolescente ou de um jovem. Pode marca-los profundamente, talvez nem tanto pelo saber, que talvez será logo esquecido, mas pelas atitudes, pelos exemplos, pela postura pessoal diante das pessoas, do mundo e da própria vida. . . Nós, que também fomos alunos, certamente também guardamos “marcas existenciais” de nossos antigos mestres mais estimados. Por que não deixar em nossos alunos marcas que sirvam para eles como bússolas e faróis a orientar suas histórias de vida?
6.    “Escola é lugar de gente. . .”, dizia Paulo Freire. E, no “Conselho de Classe”, pode-se perceber o quanto a rotina da escola deve ser feita menos de burocracia e mais de relações humanas, relações de afeto, relações de convivência. Alunos com educadores, alunos com alunos, educadores com educadores. . . todos aprendendo a tornar-se cada vez mais pessoas. . .
Talvez estas poucas ideias ajudem a mim e a você a reavivarmos o ideal de ser educador, no sentido autêntico da palavra, ideal este quem sabe um pouco ofuscado pelas urgências (nem sempre tão importantes) de ser “profissional do ensino”. Talvez tudo isso nos ajude a descobrir o sentido da vida na tarefa de educar outras pessoas a descobrirem o mesmo sentido da própria existência. Talvez educar seja isso. . .